Resenha: Alta Fidelidade, Nick Hornby, Companhia das Letras

País de Origem: Inglaterra
Ano da 1ª edição original: 1995
Ano da edição brasileira atual: 2013
Tradução: Christian Schwartz
Nº de páginas: 312

Sinopse: Rob é um sujeito perdido. Aos 35 anos, o rompimento com a namorada o leva a repensar todas as esferas da vida: relacionamento amoroso, profissão, amizades. Sua loja de discos está à beira da falência, seus únicos amigos são dois fanáticos por música que fogem de qualquer conversa adulta e, quanto ao amor, bem, Rob está no fundo do poço. Para encarar as dificuldades, ele vai se deixar guiar pelas músicas que deram sentido a sua vida e descobrir que a estagnação não o tornou um homem sem ambições. Seu interesse pela cultura pop é real, sua loja ainda é o trabalho dos sonhos e Laura talvez seja a única ex-namorada pela qual vale a pena lutar.

Um romance sobre música e relacionamento, sobre as muitas caras que o sucesso pode ter e sobre o que é, afinal, viver nos anos 1990. Com rajadas de humor sardônico e escrita leve, a juventude marinada em cultura pop ganhou aqui seu espaço na literatura. Ou, como escreveu Zadie Smith, “Hornby levou o romance inglês de volta a suas raízes perdidas. Nos ajudou a lembrar que nem todos os livros precisam falar dos quinhentos anos de história pós-colonial, [...] podem falar da alma de um homem, sua casa e como ele vive nela, das ruas por onde anda e das pessoas que ama”. Este é um retrato do homem contemporâneo sem ruídos, um retrato em alta fidelidade.

Faz com que a gente acredite não só no poder redentor da música, mas, sobretudo, no poder redentor do amor. Engraçado e inteligente, terno e verdadeiro.” - Mick Brown, Independent



MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA

Quando alguém em cujo bom gosto eu confio me indica um livro eu o leio. Foi o que aconteceu com ‘Alta Fidelidade’, uma obra sobre a qual eu não sabia absolutamente nada. Sério, eu não tinha lido nem a sinopse. Mas em pouco tempo de leitura (na verdade, na primeira frase), eu já fui fisgada pela escrita deliciosamente engraçada do Nick Hornby, pela narração em primeira pessoa na voz do protagonista – que pode, tranquilamente, entrar para o meu top 10 de melhores protagonistas de livros que já vi – e pelas frases de efeito com as quais me identifiquei pra caramba. Aliás, todo mundo que gosta de música e já levou um pé na bunda vai ser identificar com esse livro (acho que acabei de englobar toda a humanidade, enfim...).

Rob é um sujeito que está passando, digamos, pela crise dos 30: após mais um pé na bunda e passando por uma situação financeira delicada que já dura tempo demais, com uma loja de discos que não lhe rende muito, reflete sobre a sua vida e percebe que ela está uma grande droga. Com esse plot, a história poderia debandar para um festival de dramas e chatices, mas não é nada disso. Rob é um cara sensível, com uma inteligência aguçada e muita expertise, mas tem um humor ácido e cheio de boas sacadas que o ajuda a seguir em frente apesar dos problemas.

Além dos papos afiados sobre relacionamento que Rob trava consigo mesmo, o destaque vai também para os ótimos papos sobre música entre ele e os funcionários da sua loja (e quase amigos), Dick e Barry. Essas excelentes (e muito engraçadas) conversas sobre músicas, recheadas com os TOP FIVE que os três “nerds” da música gostam de fazer, me incentivaram a ouvir e “degustar” melhor a lista infinita de discos clássicos que a humanidade já produziu.

O livro fez tanto sucesso (vendeu mais de um milhão de cópias) que foi adaptado para o cinema em 2000, e Rob foi interpretado pelo ótimo John Cusack, tendo também participação de Catherine Zeta-Jones, Jack Black e até Bruce Springsteen.

VEREDITO

‘Alta Fidelidade’ é um livro temperado com filosofia prática, humor ácido inglês, música, conflitos adultos e momentos hilariantes. Um livro para todos, mas especialmente indicado para jovens adultos e para quem está na casa dos 30 (ou chegando lá). Esqueça os Young Adults da vida, e descubra que a Literatura pode ter o frescor da juventude e também ser muito inteligente.

Recomendadíssimo!

Nota:
5/5


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