Resenha: Frango com ameixas, Marjane Sartrapi, Quadrinhos na Cia.


Frango Com AmeixasMarjane Sartrapi é a autora do excelente quadrinho “Persépolis”, cuja resenha você pode conferir aqui. Após ler a HQ decidi ir atrás de outros trabalhos da autora e me deparei com a curta, mas excelente graphic novel “Frango com Ameixas”, uma narrativa tocante sobre o tio-avô da autora. Nasser Ali era um músico bastante talentoso que arrebatava as almas por onde passava com o seu ‘tar’ (instrumento de cordas iraniano). Mas um dia decidiu que morrer e o quadrinho mostra todas as escolhas que ele fez na vida que o levaram a tamanho sofrimento e a esse terrível fim.

Sinopse: Se em Persépolis Marjane Satrapi empreendeu um relato autobiográfico, em Frango Com Ameixas não é sua própria vida que está em foco, mas a de seu tio. Artista como ela, Nasser Ali começa a narrativa com uma tragédia pessoal - durante uma briga, sua mulher destrói o antigo e precioso tar (um instrumento de cordas da tradição persa) que o celebrizara como um dos maiores músicos do país. Nasser Ali sai em busca de um novo instrumento, mas parece impossível encontrar um que tenha o som tão perfeito como o que ele herdara na juventude, durante seus anos de formação. A procura pelo tar o leva a conflitos com a família, os amigos e sua própria identidade de artista - é como se ela tivesse se rompido junto com o instrumento. Começam a vir à tona, então, as escolhas que ele poderia ter feito e as conseqüências das opções que fez, como a de se casar com a mulher que viria a destruir o seu maior bem. O que pode parecer uma história bastante específica se mostra universal. Sobreposta à biografia de Marjane - uma artista que só encontrou seu meio de expressão ao enfrentar os conflitos políticos e culturais de seu país -, a história pode ser lida como um manifesto pela liberdade de criação artística e pela arte como sinônimo máximo da individualidade. O tom predominante, marcadamente triste, não impede que o humor se infiltre.
Fonte: http://www.skoob.com.br/livro/2802-frango-com-ameixas



O traço de Sartrapi é o que talvez eu mais goste em seus trabalhos. Seu desenho é único, estilizado e em preto e branco (como geralmente são os desenhos de quadrinhos desse estilo, autobiográficos e fora do mainstream). O tipo de narrativa que utiliza, mesclando cenas do passado e do presente, é bastante interessante e agradável como experiência de leitura.




Este é um ótimo material para quem quer ler uma HQ que não seja sobre heróis. Trata-se de uma história bonita, bem escrita e bem desenhada, de encher os olhos. Uma leitura rápida (são poucas páginas), mas marcante. Recomendadíssimo!

Nota:


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