Resenha: X-Men – Deus ama, o homem mata, Chris Claremont & Brent Anderson, Panini Comics (Marvel Comics)
Ano
de Publicação: 1982
Ano
da edição brasileira atual: 2003
Tradução:
Jotapê Martins & Élcio de Carvalho
Nº
de páginas: 68
Edições
Incluídas: Marvel Graphic Novel #5
Sinopse:
O Professor Charles Xavier e seus pupilos, Ciclope, Tempestade, Wolverine,
Noturno, Kitty Pryde e Colossus, os X-Men, entram na mira do fanático pastor
William Stryker, um influente religioso que considera os mutantes uma cria
diabólica e uma afronta contra Deus e Sua Criação. Seja com suas palavras, seja
com sua milícia assassina de mutantes, os Purificadores, Stryker quer guerra e
até Magneto se unirá aos X-Men nesse confronto feroz combatido não só com punhos,
mas com palavras e sentimentos.
MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA
Chris
Claremont é aclamado por muitos como tendo sido o melhor escritor dos X-Men. E
não é por menos. As melhores histórias dos mutantes foram escritas por ele (‘A saga da Fênix Negra’ e ‘Dias de um futuro esquecido’, por exemplo). ‘Deus
ama, o homem mata’ também integra o rol desses grandes clássicos, além de ser
um dos quadrinhos de super-heróis com maior carga social e política que já li
na vida. Quem é fã da escola do professor Xavier, ou quem é apenas mais atento
às nuances dos contextos das HQs sabe que os mutantes da Marvel são uma grande
e bela metáfora para as minorias em geral.
Nesta
HQ esse fato fica ainda mais pronunciado, visto que no enredo há um pastor protestante
fanático que tenta influenciar a população dos EUA com seu discurso de ódio
contra os mutantes. Qualquer semelhança com os religiosos extremistas
brasileiros e seu racismo, machismo e homofobia não é mera coincidência. Em
apenas 68 páginas Claremont cria uma história extremamente adulta, madura,
relevante e atemporal. O medo e o ódio pelo diferente, o velho discurso de que
“eles são uma ameaça à nossa nação e às nossas famílias” (mais uma vez,
semelhante ao discurso de cunho religioso de proteger a família tradicional
brasileira dos gays) e a forma com que o pastor manipula a opinião pública com
jogadas políticas escusas e utilizando tom e ações truculentas são bastante
realistas e verossímeis, em muitos momentos.
Mas
devo ressaltar que se trata de uma HQ de super-heróis da Marvel, ou seja, há
batalhas, momentos divertidos que servem como alívio para o tom sério do
quadrinho – que ao contrário do que pode parecer não é de forma alguma
panfletário. E nisso o autor também acerta em cheio. É uma leitura extremamente
rápida e interessante, divertida e com conteúdo. São 68 páginas de ouro puro.
DESENHOS
Os
desenhos são de Brent Anderson, e eu não me lembro de já ter conferido o
trabalho desse artista antes. Mas a arte é datada, porém boa, estilo anos 80 –
que eu adoro – e a cara dos X-Men daquela época. Confira abaixo uma amostra.
VEREDITO
Esta
é uma das melhores HQs dos X-Men, com certeza. Relevante, atemporal e
divertida, apesar da arte “datada” dos anos 80 – que não é ruim, veja bem –
vale cada segundo de leitura. Obrigatório para fãs da escola de mutantes do
professor Xavier e para quem curte boas histórias em geral.
Recomendadíssima!
Nota:
5/5
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