Resenha: Alex + Ada (série completa), Jonathan Luna & Sarah Vaughn, Image Comics
Período
de publicação: 2014 a junho de 2015
Ano
da edição brasileira atual: inédita no Brasil
Tradução:
Diego Kuririn (Guardiões
do Globo)
Edições
Incluídas: Alex + Ada #1 a #15
Série:
Alex + Ada
Sinopse:
A série apresenta Alex, um jovem que ainda está sofrendo após sua noiva romper
com ele. Ele passa muito do seu tempo deprimido e vivendo as mesmas rotinas sem
fazer muito esforço para mudar. Cansada de vê-lo infeliz, a avó de Alex envia
para ele Ada, uma androide Tanaka X-5 que é a forma mais recente e avançada de
robôs para companhia, com capacidade para interação humana inteligente. O robô inicialmente
não possui autoconsciência, já que cada androide tem um programa que bloqueia
qualquer pensamento livre potencial ou consciência. Então Alex decide remover
esse programa e conceder a Ada sua própria liberdade mental, visto que não tem
interesse em uma parceira que não pode realmente interagir com ele e ter
livre-arbítrio.
Fonte:
traduzido e adaptado livremente de https://en.wikipedia.org/wiki/Alex_%2B_Ada
MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA
Esta
é a segunda série da Image Comics que
leio até o fim (embora ‘Saga’,
que também estou lendo, ainda não tenha terminado) e a cada dia que passa me surpreendo
mais com a qualidade dos títulos da editora. ‘Alex + Ada’ é uma ficção
científica que bebe nas fontes dos filmes ‘Her’ (2013)
de Spike Jonze e ‘Blade
Runner’ (1982) de Ridley Scott – duas obras que estão na minha lista de
favoritos de todos os tempos. Sou apaixonada por ficção científica, e quando vi
a sinopse de ‘Alex + Ada’ no site Guardiões do Globo (que realiza o maravilhoso
trabalho de traduzir e disponibilizar para nós do Brasil séries da Image que
não saíram e provavelmente jamais sairão aqui pelas editoras) foi amor à
primeira vista.
A
história se passa em um futuro não tão distante, mas cuja tecnologia chegou ao
ponto de produzir androides extremamente parecidos com seres humanos que podem
ser comprados por U$ 1,8 milhão e se tornar amantes, amigos e empregados de
seus donos. Nesse futuro, comunicadores implantados na cabeça dos usuários
permitem que eles façam chamadas mentais e naveguem na internet apenas com a
força do pensamento (leia ‘Muito além
do nosso eu’, do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis e veja que isso
pode ser possível no futuro). Alex é um cara que tem a vida mais sem graça do
mundo: acorda, toma o seu café assistindo ao noticiário, vai ao trabalho, volta
para casa, vê TV e dorme, para depois recomeçar tudo de novo. Aliás, uma vida
muito parecida com a que quase todos nós levamos nessa sociedade moderna.
Alex está sozinho e deprimido depois de sua
noiva ter rompido com ele, e para animá-lo sua avó resolve presenteá-lo com um
androide feminino e atraente: Ada. E ao longo de toda a série foram surgindo
vários questionamentos na cabeça de Alex e na minha também, sobre o que faz com
que alguém seja considerado um ser humano; se um dia chegarmos a construir
máquinas dotadas de excepcional inteligência artificial, se teremos o direito
de limitar suas liberdades; qual será o futuro da robótica e da comunicação e
se estamos preferindo interações e relacionamentos virtuais a reais. Dois
outros excepcionais filmes que suscitam alguns desses questionamentos são ‘O homem
bicentenário’ (1999) de Chris Columbus e ‘Ex Machina’ (2015)
de Alex Garland.
A
leitura dessa minissérie flui muito bem, é rápida e prende a atenção do começo
ao fim, com reviravoltas inesperadas e outras nem tanto. Apesar da profundidade
filosófica os diálogos são rápidos e simples e o ambiente é bem construído,
passando verossimilhança para o leitor com elementos com os quais ele pode se
identificar: apesar de a história se passar em um futuro ultratecnológico,
muita coisa se parece com a nossa vida moderna. O elemento romance é forte no
quadrinho (afinal de contas, seu nome é Alex mais Ada), mas se o leitor quer
apenas uma boa ficção científica, terá isso nesta obra.
DESENHOS
Confesso
que a arte de Jonathan Luna não é o melhor elemento da minissérie. Eu nunca
tinha lido nada com uma arte tão simples quanto esta. No entanto a arte não
atrapalha em anda a experiência de leitura, visto que os traços muito retos, as
cores claras e discretas e o estilo minimalista conseguem transmitir para o
leitor, e muito bem, o ambiente “esterilizado” que é a sociedade da história e
a própria vida do Alex.
VEREDITO
Uma
série bem escrita, de leitura rápida e com uma profundidade simples mas
reveladora, recomendada para quem curte ficção científica e prefere uma boa
história a uma arte espetacular. Boa também para quem quer começar a ler
quadrinhos, pois tem uma linguagem acessível e um enredo que chama a atenção.
Recomendada!
Nota:
4/5
Compre
no ‘Comixology’
Compre
na ‘Amazon’
Baixe
no ‘Guardiões
do Globo’
Comentários
Postar um comentário
O seu comentário é muito importante para mim, e gostaria de pedir dois pequenos favores: 1º procure não comentar como anônimo, porque gosto de saber quem são meus leitores e gosto de poder interagir com eles; e 2º respeite a opinião dos outros, porque eu respeito muito a sua.