Resenha: Homem-Animal, Grant Morrison, Chas Truog & Brian Bolland, Abril (Vertigo)
Anos
de Publicação Original: 1988-1989
Números
das Edições Originais: Animal Man #1 a #26
e Secret Origins #39
Anos
das Edições Brasileiras: 1990-1992
Edições
Brasileiras: #1 – O Zoológico humano: DC 2000 nº 3 de março/1990; #2 – A vida
na selva de concreto: DC 2000 nº 4 (abril/1990); #3 – A natureza da fera: DC
2000 nº 5 (maio/1990); #4 – Quando todos vivíamos nas florestas: DC 2000 nº 6 (junho/1990); #5 – O evangelho do Coiote: DC 2000 nº 7 (julho/1990);
#6 – Aves de Rapina: DC 2000 nº 11 (novembro/1990); #7 – A morte do Máscara
Rubra: DC 2000 nº 13 (janeiro/1991); #8 – Espelho, espelho meu: DC 2000 nº 14 (fevereiro/1991);
#9 – Melhorias no lar: DC 2000 nº 14 (fevereiro/1991); #39 – O mito da criação:
DC 2000 nº 16 (abril/1991); #10 – Raposa em fuga: DC 2000 nº 17 (maio/1991); #11
– África: DC 2000 nº 18 (junho/1991); #12 – Origens Secretas: DC 2000 nº 19 (julho/1991);
#13 – A hora da fera: DC 2000 nº 21 (setembro/1991); #14 – Fantasmas: DC 2000
nº 26 (fevereiro/1992); #15 - O Demônio
e o mar profundo: DC 2000 nº 26 (fevereiro/1992); #16 – Os crimes temporais do
comandante do tempo: DC 2000 nº 27 (março/1992); #17 – Consequências: DC 2000
nº 28 (abril/1992); #18 – Brincando nos campos do Senhor: DC 2000 nº 29 (maio/1992);
#19 – O som do silêncio: DC 2000 nº 30 (junho/1992); #20 – O último inimigo: DC
2000 nº 31 (julho/1992); #21 – Dentes e garras: DC 2000 nº 31 (julho/1992); #22
– Tempo numa garrafa: DC 2000 nº 32 (agosto/1992); #23 – Crise: DC 2000 nº 33 (setembro/1992);
#24 – Dia da purificação - DC 2000 nº 34 (outubro/1992); #25 – Enigmas do
macaco: DC 2000 nº 35 (novembro/1992); #26 – Deus Ex Machina: DC 2000 nº 36 (dezembro/1992).
Sinopse: Homem Animal - Homem-Animal é Buddy Baker, um homem que fora atingido pela explosão de radiação emanada de uma nave extraterrestre, e desde então tem o poder de copiar temporariamente as habilidades dos animais (como o vôo das águias ou a força de um inseto). Usando estes poderes, Baker luta contra o crime como um super-herói fantasiado.
MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA
“Homem-Animal?
Quem é esse?”, você pode estar se perguntando. O Homem-Animal, ou Buddy Baker,
foi criado em 1965 por Dave Wood e Carmine Infantino. Em sua origem, ele foi
atingido pela explosão de radiação emanada de uma nave extraterrestre, e desde
então passou a ter o poder de copiar temporariamente as habilidades dos animais
(como o voo das águias ou a força de um inseto). Nas décadas de 1960 e 1970 foi relegado ao
esquecimento como um dos heróis de segundo plano da DC Comics. No entanto, em meados de 1988, tudo começou a mudar.
Com
o sucesso de crítica e público alcançado pelas histórias do Monstro do
Pântano, escritas pelo inglês Alan Moore, a DC Comics saiu à caça de novos
roteiristas também britânicos. Nessa “leva” de roteiristas, conhecida como
‘Primeira Invasão Britânica’, escritores como Jamie Delano (‘Hellblazer’), Neil Gaiman (‘Sandman’) e Grant Morrison foram
para a editora. Morrison propôs para a DC fazer uma minissérie com o esquecido
herói Animal Man. O projeto foi
aceito, mas ao invés de uma minissérie, o escritor escocês produziu 27
excelentes edições que, ao lado de Monstro do Pântano, Sandman e Hellblazer,
foi uma das bases para a criação do selo Vertigo.
“A passagem de Morrison pelo título, juntamente com artistas como Chaz Truog, Doug Hazlewood, Mark Farmer e o capista Brian Bolland, tirou Buddy Baker da retaguarda do Universo DC, unificado após a Crise nas Infinitas Terras, colocando-o entre os personagens que motivariam a criação do selo Vertigo, além de dar condições ao escocês para deixar sua marca na editora, desde a Patrulha do Destino e Asilo Arkham até a marcos narrativos como a Crise Final, 52 e a atual Multiversity”. Fonte
Eu
nunca havia lido nada do Homem-Animal, até então. E, sinceramente, não sabia o
que esperar. Mas nada pode preparar o leitor comum de quadrinhos para a
experiência lisérgica e única que é ler uma obra de Grant Morrison (veja
resenha de ‘Grandes Astros Superman’, do mesmo autor). Nessas 27
histórias do herói Buddy Baker, o autor usou recursos geniais. Resgatou
personagens do limbo, tratou sobre o direito dos animais e usou a narrativa
metaficcional, com alguns personagens se virando para o leitor e interagindo, e
discutindo o sentido de suas vidas no âmbito do multiverso da DC Comics após a saga ‘Crise nas
infinitas terras’.
De
toda a série, a edição mais aclamada é a #5, ‘O evangelho do Coiote’, com uma
história mostrando o encontro de Buddy Baker com o coiote dos desenhos animados
da Warner, utilizando metalinguagem e elementos da simbologia cristã. Essa
edição estabeleceu o tom das edições seguintes, e guiou o seu escritor na
temática de toda a série.
A
humanização do herói em toda a série também é um ponto importante a ser
destacado. O fato de Morrison ter mostrado Buddy Baker interagindo com sua
família, com todos os problemas inerentes ao âmbito familiar, foi uma novidade
no mundo da nona arte. O herói ser mostrado como um homem extremamente comum na
maior parte do tempo foi um trunfo que, até hoje, traz reflexão e profundidade
à leitura.
Apesar
de tratar-se de uma obra de Grant Morrison (conhecido por suas histórias muitas
vezes confusas) e com um herói desconhecido por mim – e por você, suponho – não
tive nenhuma dificuldade para entendê-la, apesar de a leitura ter exigido um
pouco mais de atenção do que normalmente exigem as histórias em quadrinhos. Como
os eventos da série, em algum momento, se cruzam com os eventos da mega saga
‘Crise nas infinitas terras’, penso que a leitura prévia dessa última teria
contribuído na leitura de Animal Man
– não que sua falta tenha atrapalhado a experiência.
DESENHOS
Os
desenhos de Chas Truog são bons, mas não excepcionais. É a típica arte dos anos
80: suja e simples, mas bastante expressiva nos momentos necessários. A
caracterização do Homem-Animal (a roupa, os óculos, a jaqueta) é um ponto alto
dos quadrinhos. Inclusive, a explicação que o próprio Buddy dá para o fato de
usar uma jaqueta é que ele acha ridículo os “colantes” que os heróis usam. São Morrison
e Truog zoando os super-heróis, e é sensacional.
As
capas foram feitas por Brian Bolland, o mesmo desenhista de ‘A piada mortal’. Algumas
destas capas são as melhores que eu já vi na vida, sem sombra de dúvida, e
contribuíram para o grande sucesso da série à época. Imagine chegar na banca e
ver capas como essas:
VEREDITO
Esta
série é mais uma daquelas obrigatórias para qualquer leitor de quadrinhos. Com
um roteiro original e brilhante (cheio de simbolismo, profundidade e filosofia),
bons desenhos e uma trama intricada e que mantém a atenção do leitor, certamente
estará na minha lista de melhores leituras deste ano. Absolutamente
sensacional!
Recomendadíssima!
Nota:
5/5
Obs.:
A Panini informou que relançará toda a série no Brasil ainda neste ano de 2015,
em formato encaderno de luxo (serão três, no total). Aguardemos!
A
DC Comics lançou, nos EUA, uma versão
Omnibus com todas as 27 edições. É
cara, mas muito bonita.
Fonte: http://beta.forum.jogos.uol.com.br/t/6900316/homem-animal-por-grant-morrison |
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