Resenha: Preacher Vol. 1 – A caminho do Texas, Garth Ennis & Steve Dillon, Panini Comics (Vertigo)
País
de Origem: EUA
Ano
de Origem: 1995
Ano da edição brasileira atual: 2012
Tradução: Eduardo Tanaka e Fabiano Denardin
Nº
de páginas: 200
Coleção:
Preacher
Sinopse: A jornada do reverendo Jesse Custer para acertar as contas com Deus começa aqui. Ao ministrar um sermão após um episódio polêmico em sua comunidade (envolvendo Jesse, um bar e muito uísque), o pastor foi protagonista de um acontecimento religioso de primeira grandeza
e teve contato imediato com Gênesis, uma entidade meio anjo, meio demônio, cuja natureza jogou Jesse em uma cruzada moderna.
Amalgamado com a criatura, Jesse Custer ganhou uma linha direta com os mistérios da Criação e seus principais personagens. E, dentre todos estes, nenhum é mais importante do que Deus. A missão do reverendo agora é a mais grandiosa (e perigosa) de todas: partir em busca do próprio Criador atrás de respostas!
E ele não estará sozinho em seu caminho. Tulipa, uma ex-namorada, e Cassidy, um irlandês envolto em mistérios, entram em cena trazidos por uma coincidência (ou pela Divina Providência) para participarem da jornada. O primeiro passo está dado!
A CAMINHO DO TEXAS traz o início da saga de PREACHER, uma das histórias em quadrinhos mais aclamadas dos anos 90. Criada por Garth Ennis e pelo artista Steve Dillon, este novo clássico da nona arte versa sobre vida, morte e redenção, sendo também recheado de sexo, álcool, sangue e violência – além de anjos, demônios, Deus, vampiros e desajustados de toda estirpe. Sem dúvida, uma das obras mais viscerais a ser registrada em celulose!
MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA
Considerado por leitores e pela crítica um dos melhores quadrinhos da década de 90, o primeiro arco de Preacher, “A caminho do Texas” (contendo os números 1 a 7), é uma das mais escrotas, perversas, vis e divertidas histórias que já li em toda a minha vida. Preacher é uma salada cultural com boas doses de Cristianismo – dentre outras religiões -, política, cinema western, cultura Pop dos anos 90 (como o Nirvana e o suicídio de Kurt Cobain), drogas, vampiros, e tantas outras coisas que, provavelmente, nas mãos de um escritor menos hábil teriam se tornado uma bela bagunça sem sentido. Mas nas mãos de Garth Ennis (“Hellblazer - Hábitos Perigosos”, “The Boys”) se tornou uma tremenda de uma obra prima da 9ª arte, e leitura mais que obrigatória para qualquer apreciador do gênero. É impossível não se tornar fã do Ennis já nas primeiras trinta páginas de Preacher.
Eu
estava com uma ressaca literária terrível neste começo de ano, e na última
semana, quando a ressaca finalmente passou por completo (UFA!), não estava nem
um pouco a fim de ler quadrinhos de super-heróis. Precisava de algo diferente,
divertido, deliciosamente despretensioso. Encontrei tudo isso em Preacher.
Ultraviolência, sexo, drogas, Rock’n’Roll,
muito palavrão e um belo ‘fuck you!’
ao politicamente correto me deixaram vidrada na leitura.
Este
primeiro arco traz, lógico, a introdução dos personagens (fantásticos, diga-se
de passagem) Jesse Custer, o protagonista pastor, Cassidy, seu novo e estranho
amigo, e Tulipa, sua ex-namorada e grande amor. Mas, ao contrário do que
acontece com muitas HQs, aqui a introdução não é arrastada e cheia de
lenga-lenga. A ação já começa nas primeiríssimas páginas. O que não quer dizer
que essa é só mais uma história “pipoca”, apenas para entretenimento. Os
personagens são densos e, por trás da violência, do sarcasmo e dos palavrões Jesse
Custer, Cassidy, Tulipa, Santo dos Assassinos, Cara de Cu (sim, tem um
personagem com esse nome!) e outros nos fazem refletir: sobre deus, honra,
redenção, família, lealdade, traição, maldade, bondade, fazer o que é certo,
etc. Além de que não há como não se apegar ao trio principal. São três personas carismáticas, espirituosas e fascinantes.
É um dos grupos de anti-heróis mais sensacionais de todos os tempos!
Em
dois dias li 5 volumes de Preacher e já estou louca para saber o final. Entendi
tudo o que li até aqui: em nenhum momento a leitura é arrastada e cheia de
complexidades inúteis. Garth Ennis, considerado um louco depravado por alguns,
provou que não é preciso delicadeza, sutileza e elegância para escrever um
clássico. Foi com o pé na porta que ele escreveu um.
DESENHOS
Steve
Dillon tem exatamente o tipo de arte que eu mais gosto: simples, limpa,
precisa, mas detalhista e expressiva. Seu traço casa perfeitamente com o
argumento de Ennis, e ele não enche as páginas com detalhes desnecessários –
especialmente nas cenas de luta – o que permite que você mantenha o foco na
história. Tudo é colocado no seu devido lugar, sem exageros. Virei fã desse
cara também.
VEREDITO
Esta
HQ não é recomendada para aqueles que são muito sensíveis a palavrões,
violência, ao politicamente incorreto e que não aceitam que a religião possa
ser questionada e zoada. Mas caso você não se enquadre em nenhum perfil
mencionado, largue tudo o que você estiver fazendo nessa vida e vá ler
Preacher! Simplesmente indispensável, pecaminosamente divertida e escrotamente
boa.
Recomendadíssima!
5/5
Obs.: Este volume está esgotado até a data deste post. Aguardamos uma republicação pela Panini.
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