Resenha: Hellblazer Infernal Vol.1 - Hábitos Perigosos, Garth Ennis & William Simpson, Panini Comics (Vertigo)
Ano
de Origem: 1993
Ano
da edição brasileira atual: 2014
Tradução:
Guilherme da Silva Fraga
Nº
de páginas: 212
Coleção:
Hellblazer Infernal
Sinopse: Depois de sobreviver a confrontos com demônios, elementais, membros de seitas e assassinos em série, John Constantine finalmente encontrou um inimigo do qual não consegue fugir e a quem não consegue enganar: o próprio corpo.
Décadas de fumo cobraram o preço inevitável e os pulmões torturados de John sucumbiram à malignidade. O diagnóstico é claro e inescapável: terminal, câncer não tratável. O maior mago do mundo tem, no máximo, mais dois meses de vida antes que seu corpo ceda. E ele sabe exatamente o que vai acontecer quando chegar a hora. O governante do Inferno tem planos muito especiais para a alma de Constantine… e a eternidade pode não ser tempo suficiente para que ele consiga infligir todo o tormento que pretende.
MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA
Esse
encadernado traz as primeiras edições de Hellblazer com roteiro de Garth Ennis,
o mesmo autor de Preacher. Ennis começou a escrever as histórias de John
Constantine em 1993 e Preacher em 1995. Após os sete volumes da origem do
anti-herói inglês (que abarcam as edições 1 a 40, e cuja resenha do primeiro
volume você pode ler aqui) começou aquele que, possivelmente, é o melhor e mais
famoso arco de Constantine, o ‘Hábitos Perigosos’. Li essa obra em uma tacada
só e fiquei abobalhada. Parece até que estou me repetindo nas minhas resenhas,
mas é que este ano estou lendo só coisa boa. Digamos que estou escolhendo a
dedo minhas leituras. No fim do ano fazer a lista de melhores leituras vai ser
um “parto”.
São
inúmeros os elementos que eu amo nas histórias do John Constantine, mas as três
principais são sua face incrivelmente humana, o sarcasmo do personagem e a
forma com que o terror nos é apresentado, às vezes com sutileza. Pois este arco
transborda tudo isso. Aqui o mago inglês não está enfrentando as hostes do inferno
e criaturas semelhantes. O seu grande inimigo é o câncer. E foi simplesmente
assustador e, ao mesmo tempo, incrível ver o terror, o sofrimento e o medo da
morte que John enfrenta ao saber que seus dias estavam contados. O sofrimento
físico e as lembranças que voltam de tempos outrora felizes, inclusive quando
ele remói os arrependimentos de sua vida, fazem com que esta seja uma história –
em detrimento de se tratar sobre um mago em um universo cheio de magia –
bastante realista e humana.
Todos
os personagens são espetaculares. Os velhos amigos de John, o novo amigo que
ele faz na ala de doentes com câncer do hospital e o próprio diabo não chegam a
ofuscar o protagonista, mas não ficam devendo nada a ele. O ritmo da história é
calmo, por um lado, mas denso por outro, com a introdução de ação nos momentos
certos. Garth Ennis mostra aqui sua magistral capacidade narrativa que viria a
fazer dele um dos grandes nomes da 9ª arte, anos depois com o lançamento de
Preacher.
DESENHOS:
O
traço de William Simpson é muito sujo e disforme em alguns momentos. Confesso
que não morri de amores por ele. Mas, de alguma forma, em alguns momentos em
que Constantine parece ter mergulhado no lamaçal, o traço combina com a
situação.
VEREDITO
Uma
obra fabulosa e indispensável para os fãs de Hellblazer. Mesmo para aqueles que
não o são, mas apenas são amantes da 9ª arte, “Hábitos Perigosos” é obrigatória
na lista de leituras.
Recomendadíssima!
5/5
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