Resenha: Jogos Vorazes, Suzanne Collins, Rocco
Sinopse: Ambientado num futuro sombrio, Jogos vorazes é pioneiro de uma tendência que vem ganhando força no mercado de best sellers juvenis: a dos romances distópicos e pós-apocalípticos. Primeiro volume de uma trilogia, o livro narra uma luta mortal encenada por crianças e transmitida ao vivo para todos os habitantes de uma nação construída sobre as ruínas de um lugar anteriormente conhecido como América do Norte. Com sua narrativa ágil e ousada, Jogos vorazes foi traduzido para mais de 30 idiomas e vem atraindo leitores de diversas faixas etárias.
Constituída por uma suntuosa Capital cercada de 12 distritos periféricos, a nação de Panem se ergueu após a destruição dos Estados Unidos. Como represália por um levante contra a capital, a cada ano os distritos são forçados a enviar um menino e uma menina entre 12 e 18 anos para participar dos Jogos Vorazes. As regras são simples: os 24 tributos, como são chamados os jovens, são levados a uma gigantesca arena e devem lutar entre si até só restar um sobrevivente. O vitorioso, além da glória, leva grandes vantagens para o seu distrito.
Quando Katniss Everdeen, de 16 anos, decide participar dos Jogos Vorazes para poupar a irmã mais nova, causando grande comoção no país, ela sabe que essa pode ser a sua sentença de morte. Mas a jovem usa toda a sua habilidade de caça e sobrevivência ao ar livre para se manter viva. As reviravoltas do jogo e as dificuldades enfrentadas pela protagonista levam os leitores a sofrer junto com ela, enquanto descobrem um pouco sobre seu passado e seu relacionamento com Peeta Mellark, o outro tributo enviado pelo Distrito 12 para lutar nos Jogos Vorazes.
Inspirada pelo mito grego de Teseu e o Minotauro e bebendo nas melhores fontes da ficção científica, Suzanne Collins faz uma dura crítica à sociedade do espetáculo atual e prende a atenção do leitor da primeira à última página com um romance envolvente e perturbador.
Fonte: http://www.rocco.com.br/shopping/exibirlivro.asp?Livro_ID=9788579800245
Esse livro me fez chegar à conclusão de que nem
toda 'modinha' é ruim. E que existem muitos escritores bons por aí esperando
apenas uma chance para mostrarem seus trabalhos e nós, ávidos leitores,
consumidores de livros e de estórias, devemos dar uma chance a esses
escritores, nos livrar de nossos preconceitos e abandonar aquela ideia idiota
que permeia o mundo das artes: "ah, mas tudo de bom que tinha pra ser
lançado/escrito/gravado e etc. já foi feito". Essa é uma obra que me
mostrou o quão bom é nos surpreendermos - de verdade!
Suzanne Collins é uma excelente escritora. Sabe prender a atenção do leitor, sabe contar uma boa estória e sabe construir personagens interessantes, sofisticados e perturbadores. "Jogos Vorazes", que junto de "Em chamas" e "A esperança" constituem uma trilogia, é denso, envolvente e perturbador. Uma distopia das boas, eu diria! O livro é todo narrado pelo ponto de vista de Katniss Everdeen, moradora do 12º distrito do Estado totalitário de Panem, localizado na América do Norte (que devia ser, pelo visto, os EUA). A história se passa em um futuro longínquo - mas nem tanto assim - centenas de anos após uma guerra nuclear que devastou boa parte do planeta. A história é centrada apenas nesse país e em nenhum momento outros países são citados, como se Panem fosse tudo o que tivesse restado da humanidade.
Katniss, assim como a imensa fatia da população dos 12 distritos em que é dividida Panem, é uma garota muito pobre, que luta diariamente para sobreviver, caçando animais na floresta para alimentar a mãe e a irmã mais jovem (que é quem mais ama no mundo), já que seu pai morreu trabalhando nas minas. Cada distrito, aliás, é especializado na produção de algum tipo de artigo: o 12 em carvão mineral, o 11 na lavoura, e por aí vai... E alheios a toda a miséria - já que as riquezas que os distritos produzem não são usufruídas por seus morados - estão os residentes da Capital de Panem. Pessoas fúteis, espalhafatosas, sem noção, ridículas, até. Que só se importam em comer, vestir e se divertir, à custa, é claro, dos moradores dos distritos. E há o presidente Snow, que é, na minha opinião, um dos melhores personagens do livro, um tirano na perfeita acepção da palavra, Então há os Jogos Vorazes (Hunger Games), que são um divertimento e demonstração de poder sobre o povo dos distritos para a Capital, e uma fonte de sofrimento e humilhação indescritíveis para os distritais.
Como dá para perceber, o mote da história é incrível. Os personagens muito bem construídos. E a escrita da Collins é de uma fluidez sensacional. Não, não estou exagerando nos elogios, ela realmente os merece. Mas há mais duas boas razões para lermos e admirarmos essa obra:
1º O livro foi responsável pelo ressurgimento, no meio literário, do gênero 'Distopia', que tem representantes tais como "1984", "Admirável mundo novo", "Laranja Mecânica", dentre outros clássicos. Eu acho que é um grande mérito de Suzanne Collins ter feito isso, e mais, conseguir fazer sucesso com esse tipo de história - que é uma provocação ao status quo, uma crítica à sociedade moderna e traz uma série de questionamentos políticos e filosóficos - entre adolescentes. Em uma época em que as letras de Justin Bieber e os filmes da Saga Crepúsculo - só para citar dois exemplos - são o máximo de "erudição" tsc tsc que chega até nossos jovens pela rádio, TV, internet e cinema, um livro como esse é uma jóia.
2º Ter mostrado que é possível, sim, escrever um ótimo livro - no caso, três -, vender muito, fazer sucesso entre os adolescentes e jovens e de quebra, ganhar uma adaptação para o cinema como ótimo faturamento. Assim como J. K. Rowling, o sucesso de Suzanne Collins é merecido.
O filme vale a pena pela história e pelas presenças dos brilhantes Jennifer Lawrence e Donald Sutherland (fotos abaixo). Lawrence, aliás, parece ter nascido para o papel de Katniss.
Se você quer, mais do que uma boa diversão, mergulhar em um livro fascinante, leia "Jogos Vorazes". Mesmo se não fizer seu estilo ou for do seu gênero favorito, arrisque-se. E que a sorte esteja sempre ao seu lado ;).
Nota:
Nota:
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Até a próxima!
Nunca li uma distopia e nem é por preconceito, mas é que era um gênero que não me atraia muito. Porém, tenho lido algumas resenhas como a sua que têm despertado minha curiosidade. E saber que bons livros fazem sucesso entre os jovens causa um certo alívio. Aliás, perceber que o público jovem está lendo já merece comemoração.
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