Resenha Combo: Feios & Perfeitos, Scott Westerfeld, Galera Record

Sinopse do livro “Feios”: Tally está prestes a completar 16 anos, e mal pode esperar. Não para dar uma grande festa, mas sim para se tornar perfeita. No mundo de Tally, fazer 16 anos significa passar por uma operação que o transformará de "feia" em um ser incrivelmente belo e perfeito, e lhe dará passe livre para uma vida de glamour, festas e diversão, onde seu único trabalho é aproveitar muito.

Mas Shay, uma das amigas de Tally, não está tão ansiosa assim: prefere se arriscar fora dos limites da cidade. Quanto Shay desaparece, Tally vai conhecer um lado totalmente diferente desse mundo perfeito - e, acredite, não é nada bonito.

Fonte: http://www.galerarecord.com.br/galera_livro.php?id=24

Sinopse do livro “Perfeitos”: Tally agora é uma perfeita - deslumbrante e avoada. As festas nunca acabam em Nova Perfeição, e os feitos de seus dias de feia deram a Tally uma reputação inigualável. Agora, tudo que ela precisa fazer é esperar ser aceita entre os Crims, um grupo de perfeitos que se diverte testando os limites da cidade, mas isso não deve demorar muito - com seu histórico de rebeldia e com Zane, o líder do grupo, ao seu lado...

Mas nem tudo corre de acordo com o esperado na grande festa dos Crims - um enfumaçado entra de penetra na festa e isso traz de volta lembranças esquecidas há tempos, em uma certa mesa de cirurgia... 

A Fumaça, apesar do golpe dado pelos Especiais, não está derrotada. Das imensidões desertas longe das cidades, os enfumaçados continuam a lutar e se rebelar contra as imposições da Divisão de Circunstâncias Especiais. E, de repente, Tally se vê forçada a escolher entre viver na bela ilusão de felicidade, em Nova Perfeição, ou enfrentar a realidade e se juntar à Fumaça mais uma vez.

Fonte: http://www.galerarecord.com.br/galera_livro.php?id=33

Descobri a existência da quadrilogia “Feios”, de Scott Westerfeld (composta também dos livros “Especiais” e “Extras”, que não cheguei a ler, e explico as razões nesta resenha) nos blogs literários da vida. Classificada como distopia, pois possui o elemento principal para isso (pessimismo em relação a alguma forma de poder que controla toda a sociedade), me surpreendeu positivamente com suas ideias. Mas não foi uma história que me marcou. Vejamos o porquê.

A história se passa em um futuro muito diferente, com o mundo dividido em megacidades autossuficientes, independentes politicamente e sustentáveis, com tecnologia limpa e de ponta. Essas megacidades são dividas em, basicamente, três áreas: um grande alojamento para as crianças feias morarem assim que chegarem à pré-adolescência, uma área para perfeitos adultos casados morarem com seus filhos (com casas e jardins) e a cidade em si, cheia de perfeitos jovens, que festejam o dia inteiro, o tempo todo.

E os feios (que seriam, de acordo com a história, simplesmente pessoas como eu e você, que possuem defeitos) possuem apenas um grande sonho em suas vidas: se tornarem perfeitos. E isso é algo que todos alcançam ao atingir a idade de 16 anos e ganharem uma super cirurgia plástica que vai moldar seus corpos e faces e transformá-los em uma espécie de supermodelos. Mas há algo mais escondido atrás dessa cirurgia. E algo de muito errado por trás dessa sociedade aparentemente imaculada. E é o que alguns desses jovens vão descobrir ao longo de uma jornada que é cheia de aventura e ação.

Confesso que fiquei totalmente absorta na leitura do livro “Feios”, que abre a quadrilogia. Afinal de contas, era tudo novidade para mim. Como já disse antes neste blog, adoro distopia, e esse tipo de distopia é bem interessante, apresentando um governo aparentemente benigno, que faz de tudo para que seus cidadãos se sintam bem, mas que por trás de tudo está simplesmente manipulando-os – de uma forma inteligente e eficiente. “Feios” é assim, como “Admirável mundo novo”. Aliás, é fácil perceber o quanto Westerfeld tirou sua inspiração da obra de Aldous Huxley. Incluindo alguns detalhes.

No entanto, Westerfeld pecou em um ponto: uma história que poderia ser escrita em um só livro foi escrita em quatro. Detalhes desnecessários recheiam o conteúdo de “Feios” e também de “Perfeitos”. Fica claro que o autor não se contentou em faturar com apenas um livro. Então decidiu escrever quatro para ganhar mais. Aliás, percebo que estamos na era das trilogias, quadrilogias e por aí vai... Histórias como “Os instrumentos mortais”, de Cassandra Clare, com uns 20 mil títulos, “As crônicas de gelo e fogo”, de George R. R. Martin, já caminhando para o 6º título, “Jogos Vorazes”, com 3 volumes, e por aí vai. Autores espertinhos, esses. Mas a diferença é que “As crônicas de gelo e fogo” e “Jogos Vorazes”, por exemplo, possuem conteúdo para muitos livros. Mas “Feios” não possui.

E apesar de serem livros divertidos em muitos momentos – não posso negar – e que trazem uma ideia original, não são inesquecíveis. Se você quer apenas divertimento fácil, se gosta muito de distopia (que é a nova moda do momento, como foram os vampiros e zumbis há pouco tempo), se é fã de sagas como “Jogos Vorazes”, “Divergente”, “A Seleção”, arrisque e leia “Feios”. Talvez você goste muito mais da quadrilogia do que eu.

Observação 1: Não li “Especiais” e “Extras” porque perdi o interesse, mesmo. Como há centenas – literalmente – de livros no meu Kobo, esperando para serem lidos, achei mais proveitoso seguir em frente. Como diz sabiamente Juliana Gervason, do blog “O batom de Clarice”, temos que ter a coragem de abandonar certas leituras, porque ler deve ser um prazer e não uma obrigação.

Observação 2: Acho que cabe um post futuro sobre distopias, tanto clássicas quanto as novas que estão sendo lançadas ultimamente.

Nota: 
Até a próxima, pessoal!

Comentários

Postagens mais visitadas