Resenha: Headhunters, Jo Nesbo, Record
Esse foi o segundo livro que li de Jo Nesbo, autor norueguês por quem me apaixonei após ler "O boneco de neve". E quando vi Headhunters na minha frente, confesso que não sabia o que esperar. A sinopse, como vocês podem ler abaixo, deixou bem claro para mim que se tratava de um tipo de estória bem diferente da primeira obra que conheci do autor. Eu não poderia esperar outro serial killer aqui - mas poderia esperar uma caçada implacável, suspense da melhor qualidade, romance sem mimimi e viradas espetaculares (mas muito bem construídas) no enredo. E nenhuma das minhas expectativas foram frustradas. Headhunters é o melhor livro do Nesbo publicado no Brasil.
Sinopse: Roger Brown é o melhor headhunter da Noruega. As maiores empresas do país contam com seu faro na hora de escolher seus executivos. É casado com uma mulher deslumbrante e mora em uma mansão. Tem a vida perfeita, mas é cada vez mais difícil pagar por ela. E Roger só consegue pagá-la roubando obras de arte e vendendo para o mercado negro. Mas há outro caçador nesse jogo, e os riscos que Roger corre podem colocá-lo em um terrível pesadelo. Jo Nesbo nos transporta da alta cúpula financeira e industrial norueguesa ao submundo de mercenários e vigaristas. Headhunters está recheado das cenas que transformaram o autor em um dos mais importantes escritores de thrillers da atualidade. Nesbo é um dos principais nomes da onda de literatura policial escandinava que tem tomado o mundo. Fenômeno editorial, seus livros já venderam mais de 14 milhões de exemplares. Headhunters foi adaptado para o cinema na Noruega e em breve terá uma versão hollywoodiana.
Fonte: http://www.skoob.com.br/livro/277426-headhunters
Roger Brown é um personagem super cínico. Um filho da puta, à primeira vista. Talvez à segunda também. Mas tem lá suas razões. Ele trabalha como "caçador" de talentos para altos cargos executivos, tem todo um status a manter e uma mulher muito cara. Ele está em um jogo que aprendeu a jogar muito bem e ninguém pode culpá-lo por isso, na minha opinião. Sim, simpatizei - e MUITO - com o protagonista. Manipulador, estrategista, materialista. Sim, ele é. Mas ele fez as escolhas que, na hora, pareciam as melhores possíveis dentro de seu contexto. Quem pode julgá-lo por isso?
O que eu mais gostei no Roger Brown foi sua sinceridade consigo mesmo. Ele é consciente de tudo o que é e de tudo o que faz. Não dá um de santo. Ele assume quem é.
Outro ponto super bacana no livro é que Nesbo mostra a realidade de uma Noruega que nos é desconhecida. Todos sabemos que esse país está em 1º lugar no ranking dos países mais ricos do globo e, por conta disso, talvez chegamos a acreditar que é uma nação desprovidas de problemas e mazelas sociais. Nesbo mostra através de seus livros que não é bem assim. Por mais que os problemas lá sejam outros, diferentes dos que estamos acostumados aqui no 3º mundo, ainda assim são problemas. É aí que enxergamos a capacidade auto-destruidora do ser humano e da sociedade em geral - seja ela qual for.
O materialismo, o cinismo e a manipulação na alta cúpula financeira e executiva no país são escancarados, e aquela velha história sobre o amor ao dinheiro e sobre a ambição desenfreada, muito explorada em livros e filmes passados no universo de Wall Street, ganha um novo fôlego aqui. Não estamos em Wall Street, em Nova York, nos EUA. É a Noruega, é muito diferente, mas é igual também.
A leitura do livro é viciante. O tempo passa sem você sentir, a narrativa flui como em um filme e os momentos de ação são de tirar o fôlego. Quem gosta de thriller vai se apaixonar completamente por essa leitura. Eu recomendo MUITÍSSIMO. É um livro tão bom, mas tão bom que eu quero relê-lo logo logo. Agora é ir atrás do filme, que tem a participação do ator que interpreta o Jaime Lannister em Game of Thrones como o inimigo de Roger Brown.
Nota:
Tenho muita vontade de ler todos os livros de Jo Nesbo (li apenas Boneco de Neve) lançados no Brasil...
ResponderExcluirO autor é muito bom e tem cada história ;)))