Resenha: A busca, Eric Heuvel, Ruud van der Rol & Lies Schippers, Quadrinhos na Cia.

Image and video hosting by TinyPicPaís de Origem: Holanda
Ano de Origem: 2007
Ano da edição brasileira atual: 2009
Tradução: Augusto Pacheco Calil
Nº de páginas: 63

Sinopse: Em 1933, Hitler subiu ao poder e iniciou uma caçada implacável aos judeus. Com apenas dezesseis anos, Esther é bruscamente separada de seus pais e refugia-se em uma fazenda no sul da Holanda. Muitos anos depois, em companhia do filho e do neto, Esther visita o lugar que lhe serviu de esconderijo e conta, pela primeira vez, as atrocidades que ela presenciou e viveu durante o Holocausto. Para a protagonista de A busca, remexer o passado é uma forma de encerrar esse capítulo de sua história, ao mesmo tempo em que tenta descobrir o que aconteceu aos seus pais, amigos e ao homem que arriscou a vida para abrigar dezenas de famílias judias em sua fazenda.
Contada de modo claro mas sem perder de vista que se trata de um livro juvenil, A Busca é um abrangente panorama da perseguição nazista e de como as ideias de um homem afetaram de modo tão brutal a vida de milhões de pessoas.



MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA

Sou muito interessada em obras que têm a ver com a Segunda Guerra Mundial e com o Holocausto. Essa foi uma das razões de eu ter me interessado pela obra ‘A busca’, da qual, com toda sinceridade, eu nunca havia ouvido falar até ver o scan no blog Rapadura Açucarada. Uma obra curta, fora do mainstream do mercado de quadrinhos, sobre um tema que eu gosto e com um traço bonito... Por que não ler?

A HQ conta a história de Esther, uma senhora judia que ao relembrar a época mais triste e marcante da sua história, começa a contá-la para seu filho e neto. Seus pais, familiares e amigos foram vítimas do Holocausto e ela presenciou, em primeira mão, os horrores da Segunda Guerra. Mas na época era apenas uma garotinha, e desconhece muito fatos, incluindo o que realmente aconteceu aos seus pais. Sendo assim promove uma busca (daí o título do quadrinho) para reencontrar os fatos e pessoas do seu passado.

Primeiramente, é preciso salientar que essa obra é destinada, a princípio, para um público infanto-juvenil. A própria editora dá esse aviso na contracapa. No entanto isso não desmerece a HQ, visto que a linguagem mais simples não diminui a grandiosidade das histórias contadas e dos sentimentos que afloram no leitor ao lê-las. A delicadeza com que o autor vai traçando o rumo da história e a construção sutil dos personagens – considerando quão árido e desalentador é o tema – são os pontos mais altos do roteiro. A obra vai ganhando um tom mais triste e sombrio do meio para o fim.


DESENHOS

Os desenhos possuem um traço mais estilizado, parecido com o de Hergé (Tintim). A arte não tem nada de mais, nada de espetacular, mas é bonita e funciona muito bem com o roteiro.




VEREDITO

Apesar de não haver nenhuma novidade no contexto da história, pois já foram lançadas inúmeras obras sobre nazismo e Holocausto por aí (como Maus, a grande obra-prima de Art Spiegelman), vale a pena ser lida. Aliás, nunca será demais ter obras que retratam esse período negro de nossa história, para nos lembrar das grandes lições que a humanidade aprendeu. Uma leitura agradável e tocante, com uma arte competente.

Recomendada.

Nota:
3,5/5


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