Resenha: Marvels, Kurt Busiek & Alex Ross, Salvat (Marvel Comics)

País de Origem: EUA
Ano de Publicação Original: 1994
Ano da Edição Brasileira Atual: 2013      
Tradução:
Nº de Páginas: 232
Edições Incluídas: #1 Marvels Zero; #2 A era das maravilhas; #3 Monstros entre nós; #4 O dia do juízo final; #5 O dia em que ela morreu.
Coleção: Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel

Sinopse: Marvels - Dentro do Universo Marvel, heróis como o Homem-Aranha se balançam de telhado em telhado, enquanto os Vingadores Voam bem alto nos céus. Essas figuras, abençoadas com fantásticas habilidades sobre-humanas, estão sempre prontas a combater os vilões que ameaçam seu mundo. Contudo, vivendo nas sombras desses ícones extraordinários, existem homens e mulheres que vêem os "Marvels" com um misto de medo, descrença, inveja e admiração. Entre estes encontra-se Phil Sheldon, um fotojornalista nova-iorquino que dedicou sua carreira a cobrir os feitos desses superseres e seu impacto na Humanidade.


MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA


É inevitável, para muitos leitores de HQs de super-heróis, enfadar-se com o gênero depois de um tempo. As fórmulas parecem se repetir infinitamente, principalmente nas obras que estão nas bancas atualmente. Eu confesso que estou em uma vibe de ler obras mais autorais e adultas, como as da Vertigo e da Image Comics. Mas há alguns dias me bateu uma saudade de ler Marvel, e eu decidi limpar a poeira da linda edição de “Marvels” que tenho na estante. Decisão acertadíssima.

Esta HQ foi responsável por lançar ao estrelado os brilhantes Kurt Busiek e Alex Ross. O plot da obra é recontar alguns dos principais eventos do Universo Marvel do ponto de vista de uma pessoa comum, o fotógrafo Phil Sheldon. O texto de Busiek é excelente: eu tive a sensação de estar na “pele” de Sheldon o tempo todo, maravilhada com o surgimento daqueles seres assombrosos e cheios de poderes. A vida do protagonista (namoro, casamento, ascensão profissional, nascimento das filhas), expectador desses grandes acontecimentos, acontece em paralelo enquanto eles se desenvolvem. Na verdade, o surgimento e os momentos tanto de glória quanto de derrota desses heróis afetam diretamente o rumo da vida de Sheldon, mais do que da maioria das pessoas, visto que o seu trabalho basicamente é segui-los e tirar fotos deles.

A obra possui grande carga dramática. Há, por exemplo, a perseguição aos mutantes feita por parte da sociedade, uma excelente alegoria ao preconceito contra minorias. Busiek explora também como a mídia pode influenciar a opinião pública e quão rápido as opiniões das pessoas podem mudar acerca de assuntos muito importantes – neste caso, a opinião a respeito dos super-heróis varia todo o tempo entre “eles são imprescindíveis” e “eles são perigosos”. O autor, assim, constrói um quadro de verossimilhança ao redor das histórias mais clássicas da Marvel, respondendo à pergunta que todo fã do gênero se faz ao menos uma vez na vida: “e se super-heróis realmente existissem, como reagiríamos a eles?”.

A leitura foi uma experiência deliciosa e fluida, e mesmo não tendo tanto conhecimento do Universo Marvel, em nenhum momento fiquei confusa com a história. Em tempos onde anti-heróis inescrupulosos e heróis hiper militarizados e cheios de parafernálias tecnológicas permeiam as HQs, ler uma obra cheia de seres poderosos, mas idealistas, me deu uma boa sensação e reacendeu a vontade de ler Marvel.


DESENHOS


Alex Ross simplesmente revolucionou a indústria dos quadrinhos com sua arte hiper realista. Ele utiliza, em sua técnica, modelos reais e os pinta. O resultado são desenhos que mais parecem fotografias – só que mais bonitas. É quase como assistir a um filme de super-heróis. Absolutamente sensacional. Veja por si mesmo.






VEREDITO


Um grande clássico moderno, não só da Marvel Comics, mas dos quadrinhos em geral, “Marvels” é uma obra imperdível e diferente de tudo o que estamos acostumados a ler. Uma obra única, impecável visualmente e com um roteiro muito humano e tocante, é prova de que super-heróis podem sim render excelentes narrativas, que vão além da pancadaria e dos roteiros bobos.

Absolutamente imperdível!

Nota:
5/5




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