Resenha: Hellblazer Infernal Vol. 3 – Anjos e Demônios, Garth Ennis, Will Simpson, Steve Dillon & David Lloyd, Panini Comics (Vertigo)
Ano
de Origem: 1992 a 1993
Ano
da edição brasileira atual: 2014
Tradução:
Fabiano Denardin & Eduardo Tanaka
Nº
de páginas: 164
Edições
Incluídas: Hellblazer #56 a #61
Coleção:
Hellblazer Infernal
Sinopse: John não pode reclamar da vida que vem levando. Na atual fase, ele pode até mesmo se dar ao luxo de relaxar ao lado de Kit – o velho amor que o conforta – e ajudar Chas – o incansável parceiro de todas as horas – a resgatar o corpo de um ente querido. Mas esses dias tranquilos têm hora pra acabar, e John consegue sentir isso. O Primeiro dos Caídos não esqueceu a dor de ter sido humilhado por um reles mortal e planeja a vingança buscando toda vantagem que for capaz de amealhar. Enquanto isso, uma visita do passado de Constantine vai fazê-lo relembrar de que ainda tem contas a acertar e colocá-lo uma vez mais no caminho do senhor infernal.
MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA
Este
é o terceiro encadernado com as histórias da fase de Garth Ennis escrevendo
sobre John Constantine, e traz as edições #56 a #61 do título Hellblazer. Começa
com três histórias fechadas. A primeira é ‘O diário de Danny Drake’, que trata
do encontro do mago inglês no metrô com um cara que berra segredos próprios
inconfessáveis, e ao perceber que havia magia envolvida o segue para tentar
ajudá-lo. A segunda e a terceira, respectivamente ‘Barro Mortal’ e ‘Corpo e
Alma’, trazem a morte do tio de Chas, evento que leva Constantine e seu amigo a
enfrentarem profanadores de cadáveres, que estão a serviço de um laboratório de
pesquisas bélicas dirigido por um homem corrupto. As três histórias são boas,
consistentes e macabras. O destaque maior vai para as artes dos consagrados
David Lloyd e Steve Dillon, sobre as quais comentarei mais abaixo.
As
outras três histórias fazem parte de um arco fechado, o ‘Meninos e Meninas’. Elas
tratam, basicamente, da fuga do súcubo Chantinelle, amiga de Constantine (ela
aparece em ‘Hábitos Perigosos’) do inferno; do ódio do Primeiro dos
Caídos (que faz parte do triunvirato que governa o inferno) pelo mago inglês,
que o enganou e zombou dele no primeiro volume da série; e a primeira aparição
de Triskelle, mãe de Chantinelle, cuja ajuda é solicitada pelo Primeiro dos
Caídos para encontrar Chantinelle e acabar com John, e mais tarde se torna uma
vilã importante em Hellblazer.
Este
último arco sai um pouco do enfoque total no protagonista, dando uma ênfase
maior em outros personagens, e mostrando as consequências da grande jogada do
mago para salvar a sua vida, no primeiro volume da série, que reverberaram até
o inferno. Eu me diverti no começo do arco, mas em um dado momento comecei a
ficar entediada. Esperava um acontecimento espetacular, um grande embate entre
John e o chefão do inferno. Acontece, sim, um ‘face to face’, mas não chega a ser um grande confronto. Confesso que isso me decepcionou.
DESENHOS
Os
desenhos, na edição #56, ficam a cargo de David Lloyd (‘V de Vingança’),
e ele mostra todo seu talento em retratar a escuridão e os segredos que pairam
sobre a cidade e sobre as pessoas. Lloyd é um cara que gosta de hachuras e de
bastante sombreamento, e sua arte cai como luva em Hellblazer. Pena que ele não
era o desenhista regular da série.
As
edições #57 e #58 foram desenhadas por Steve Dillon (‘Preacher’),
e eu sou suspeita em falar dele. Adoro o trabalho desse cara, e é sempre válido
ressaltar que foi em Hellblazer que começou a parceria dele com Garth Ennis,
que culminaria em Preacher. Dillon desenha como ninguém cenas violentas,
fraturas expostas, miolos e sangue. Ele é o artista perfeito para retratar ultraviolence.
Já
a arte de Will Simpson começou a me agradar um pouco mais. Não é que ela tenha
mudado. Provavelmente eu que estou mais acostumada com a sujeira e irregularidade
de seus traços.
VEREDITO
Este
terceiro volume da série Infernal é uma leitura que vale a pena, e que, se não
mantém o brilhantismo de ‘Hábitos Perigosos’ – seria pedir muito! – tem bons momentos,
sendo o melhor deles ‘O diário de Danny Drake’. No entanto, soa como segundo
volume de uma trilogia (embora não haja trilogia alguma aqui), que apenas
prepara terreno para o que virá. Vamos ver no que vai desaguar as insanas
histórias de John Constantine no volume 4!
Recomendada!
Nota:
3,5/5
Comentários
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