Resenha: A redoma de vidro, Sylvia Plath, Record
Uma obra densa, triste e depressiva. Este é um livro sobre uma garota de 20 entrando em depressão e passando pelo inferno de perder o prazer pela vida, a vontade de continuar existindo e até mesmo a ligação que tinha com sua rotina do dia-a-dia e com as pessoas que a rodeavam. Esta é uma obra que NÃO deve ser lida por quem está deprimido.
Sinopse: Dois anos antes de suicidar-se em 1963, a poeta Sylvia Plath elaborou esse romance sobre uma mulher - no fundo, ela mesma - que vai perdendo o senso até que sobra só um surrealista e vazio senso comum.
A autora, Sylvia Plath, suicidou-se dois anos após escrever "A redoma de vidro", considerado um relato autobiográfico da autora. Plath conseguiu, muito bem, como apenas alguém que vivia na pele o que relatou, repassar para o leitor a profunda tristeza e vazio que permeia a mente do depressivo. Confesso que tive dificuldades para ler a obra até o fim e parei a leitura por várias vezes, para o bem da minha saúde mental. Como eu disse acima esta não é, absolutamente, uma leitura a ser feita em um momento de sofrimento.
A ideia do suicídio, que está latente em toda a sua escrita, é vista sem a paixão que muitos incautos lhe conferem. A praticidade de morrer em face do sofrimento é exposta. O vazio e a falta de sentidos da vida são expostos. A fragilidade da mente humana e a efemeridade das paixões, das lutas, dos objetos, relações e sonhos são trabalhados sem o uso de falsos argumentos ou teorias filosóficas, teológicas ou da psicanálise. A obra é uma ferida aberta relatada pelo próprio ferido, o que dá a ela o tom de causalidade que, ao invés de banalizá-la ou deixá-la mais leve, confere-lhe visceralidade.
Este é um livro para corajosos. E apenas para os corajosos eu o indico.
Nota:
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