Resenha: Coringa, Brian Azzarello & Lee Bermejo, Panini Comics (DC Comics)

O Coringa de “A piada mortal” (Alan Moore) é icônico. Essa clássica HQ, representativa do personagem, mostra como surgiu o maior vilão dos quadrinhos. “O homem que ri” (Ed Brubaker), abordando o surgimento da relação de ódio e, talvez, dependência emocional entre Batman e seu maior inimigo, também é uma leitura extremamente importante para se entender – se é que isso é possível – a origem do palhaço, suas motivações e sua obsessão pelo morcego. Detalhe: o Coringa não é um personagem original. Sua origem vem de uma obra de Victor Hugo, conforme você pode ler aqui.

Sinopse: O título Coringa, de Brian Azarello (Batman: Cidade Castigada, Superman: Pelo Amanhã), traz com riqueza de detalhes o modo de agir do Coringa, seus aliados, suas motivações. Libertado do Asilo Arkham, o Palhaço do Crime volta à sua vida em Gotham. Ele precisa reconquistar seu território e lembrar a todos quem é realmente o dono da cidade. Mostrando o ponto de vista do submundo dos vilões, Brian inova e lança um novo olhar sobre Gotham City. Ao seu lado, Lee Bermejo (Lex Luthor: O Homem de Aço) trouxe uma nova interpretação sobre a cidade e seus habitantes com seu traço característico e de impacto. 
Fonte: http://www.skoob.com.br/livro/20355

O clássico Coringa de toda a cronologia do Batman é um piadista sem igual, que é capaz de combinar, como ninguém, loucura, sadismo e humor negro. Mais uma mente doente com um raro talento para cometer atrocidades do que um gângster, seu objetivo parece ser o de se tornar o rei do submundo de Gotham City – não pelo dinheiro, mas pelo poder e, claro, para estar sob os holofotes, especialmente os holofotes do Batman. Esse Coringa que descrevi foi interpretado magistralmente por Jack Nicholson no filme Batman, de 1989. O sorriso burlesco, as roupas, a sobrancelha arqueada, o cabelo verde, tudo ficou igualzinho, como você pode conferir nas imagens abaixo.

Jack Nicholson como o Coringa
O Coringa da HQ "A piada mortal"


Mas aí veio Christopher Nolan, inovando em sua trilogia do cinema, em cujo “Batman – Cavaleiro das Trevas” Heth Ledger interpretou um Coringa bastante diferente, inclusive fisicamente. A boca mais desfigurada, o comportamento ainda mais maníaco, um humor mais ácido e mais contundente são algumas das características que fizeram o Coringa interpretado por Ledger ser considerado um marco. A inspiração para ele veio justamente da HQ “Coringa”, de Brian Azzarello & Lee Bermejo.

Heth Ledger na interpretação mais avassaladora que o Coringa teve nas telonas


Nesta HQ o Coringa acaba de ser liberto, não se sabe a razão, do Asilo Arkham (prisão para criminosos insanos). E percebe que não é mais o rei do submundo de Gotham, posto que conquistou a muito custo. Mas ele deseja vingança, e claro, retomar o seu lugar. Um personagem importante nessa história toda é um criminoso de baixo escalão que encontra no Coringa uma inspiração, um mestre. E essa parceria rende muita violência e insanidade.

Uma HQ com traços muito marcantes, principalmente na expressão dos personagens (expressão essa que é marca registrada do protagonista aqui), preenchida com cores quentes que deixam o clima, que pelo enredo já o é naturalmente, ainda mais sombrio. Um deleite para os olhos, e mais uma mostra do quanto Gotham é dependente do Batman. Muitos dizem que o Batman foi quem atraiu todos os supervilões loucos para a cidade. Concordo em parte. Mas talvez Bruce Wayne tenha apenas revelado o que já se encontrava sob a superfície. Para deter uma mente insana do mal como o Coringa, só uma mente insana do bem como Bruce Wayne. E Azzarello prova isso muito bem.




Nota:


Esta HQ está esgotada em todo lugar. Felizmente eu providenciei a minha. Mas você pode encontrá-la a um bom preço no Mercado Livre.

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