Resenha: O oceano no fim do caminho, Neil Gaiman, Intríseca
Neil Gaiman é
o autor de Sandman, considerado, por muitos, um dos melhores ‘graphic novels’
(quadrinhos) de todos os tempos, e de outras obras como Coraline, Stardust e
Deuses Americanos, que entraram para o rol dos clássicos modernos.
Presenteou-nos em 2013 com um dos livros mais bonitos que tive a oportunidade
de ler.
Sinopse: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.
Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.
Fonte: http://www.intrinseca.com.br/neilgaiman/
Gaiman nos faz relembrar a magia de se ter 7 anos, e como, nessa
época, nossa mente é uma fábrica de estórias, imaginações e nosso mundo é
habitado pelas mais diversas criaturas que tememos, e a vida é um mar de
novidades e energia que nos carrega, como uma corrente contínua.
Esse não é um livro que se faz entender gratuitamente: ele exige
do leitor a reflexão, a entrega, o mergulho. Você precisa se travestir de
criança novamente para poder compreender a profundidade dos encontros,
desencontros e descobertas desse garoto, desse personagem, assim como ele mesmo
o faz ao longo do livro (a história se trata, essencialmente, de um homem de 47
anos lidando com as lembranças de fatos – imaginados, talvez, não se pode saber
– quando ele tinha 7 anos).
A visão que o garoto tem dos adultos é um dos detalhes mais
comoventes e interessantes da obra, e demonstra como acho que as crianças devem
nos enxergar: como alienados de sua realidade, já que não compreendemos suas
urgências, seu mundo de magia, e estamos presos em uma teia de necessidades
inexplicáveis para elas.
É uma leitura que te consome emocionalmente, mas faz o tempo
passar rápido. Que te preenche e te faz chorar. Que te “obriga”, amigavelmente,
a rememorar sua infância, as dores e as delícias daquela época que nos parece,
hoje, como um sonho: um sonho povoado onde ficção e realidade se misturam, e a
compreensão do mundo é única, simples e construída com elementos essenciais.
Recomendo a qualquer um esse livro, dou mais do que nota máxima
para ele e certamente fará parte da minha lista de melhores deste ano.
Espetacular!
Nota:
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Boa leitura e até a próxima, pessoal!
Olá! Ótima resenha. Bjo!
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