Resenha: Deus não é grande, Christopher Hitchens, Ediouro
Um livro que me chamou a atenção pela capa, e, sobretudo, por
título e subtítulo ousados. Não conhecia Christopher Hitchens até me deparar
com esse livro na Leitura, em um shopping do Rio. Estava com um um pé e meio no
ateísmo e fazia tempo que não lia sobre o assunto. E esse livro
"matou" dentro de mim, definitivamente, a crença em um deus cristão.
Sinopse: Deus não criou à sua imagem, foi o contrário. A partir desta afirmação o jornalista e escritor Christopher Hitchens ataca os alicerces de um dos mais importantes princípios da civilização ocidental - a religião. Questionador e de estilo incisivo, o autor põe em dúvida até o mais beato dos fiéis, mostra por que nenhuma religião oferece uma resposta satisfatória a vários questionamentos e porque a profusão de deuses e religiões tanto tem adiado o desenvolvimento da civilização.
Fonte: http://www.ediouro.com.br/novo/livro/deus-nao-e-grande
Devo destacar
que a resenha não faz jus ao livro. Aliás, a obra merecia uma resenha muito
melhor, mais representativa. Hitchens, ao lado de Richard Dawkins, Daniel
Dennet e Sam Harris, são considerados os quatro cavaleiros do ateísmo, já que
lançaram obras influentes e importantes sobre o tema e, cada um com seu próprio
estilo, são incisivos e deixam os religiosos de 'cabelo em pé' com seus
excelentes argumentos. Dos quatro Hitchens era (o autor faleceu em 2011, devido
a um câncer) o mais ácido, irônico e provocador. Jornalista respeitado em todo o
mundo, era um excelente comentarista político e conheceu o mundo todo como
correspondente da National Geographic. E foi justamente esse
conhecimento político e de mundo possibilitou que ele escrevesse uma obra que
tratasse as religiões pelos âmbitos político e sociológico - o que fez com
maestria.
Os quatro cavaleiros do ateísmo, da esquerda para a direita: Richard Dawkins, Sam Harris, Daniel Dennet e Christopher Hitchens. |
O livro é
dividido nos seguintes capítulos:
1 - Colocando
gentilmente: Hitchens fala,
aqui, sobre o que os ateus buscam como conhecimento e sobre a importância dos
questionamentos.
2 - Religião
mata: o autor demonstra,
através de fatos políticos e históricos, o quanto a religião é genocida, o
quanto dá pouco valor à vida humana em detrimento de disputas dogmáticas e
regras/leis/mandamentos ultrapassados e desumanos.
3 - Uma
pequena digressão sobre o porco, ou, por que o céu odeia presunto?: trata-se de uma análise sobre o porquê
da repulsa de algumas religiões em relação ao porco e sobre a raiz
antropomórfica disso.
4 - Uma nota
sobre a saúde, para a qual a religião pode ser perigosa: sobre o absurdo da proibição da
Igreja Católica em relação ao uso de preservativos e sobre quantas pessoas
morrem todos os anos devido a essa regra ultrapassada e irresponsável.
5 - As
afirmações metafísicas da religião são falsas: trata da impossibilidade de
conciliar Ciência e Religião, algo que alguns religiosos insistem em afirmar
que é possível - e necessário.
6 - Argumentos
sobre design: análise sobre
o fracasso dos religiosos em explicar o 'design inteligente' e seu desespero
ante à respostas que a Ciência deu - e nos dá.
7 -
Apocalipse: o pesadelo do "Antigo" Testamento: Hitchens
aborda a crueldade do deus do Antigo Testamento e dos absurdos que estão
escritos ali, tais como apologia ao estupro, escravidão, genocídio,
infanticídio, misoginia, racismo, dentre inúmeros outros.
8 - O "Novo" Testamento excede o
mal do "Velho": análise sobre os ensinamentos absurdos
de Jesus e sobre um mal muito maior que foi enraigado na sociedade através
deles.
9 - O Corão é
uma cópia de mitos judaicos e cristãos: sobre
a falta de criatividade do Islamismo e seus absurdos copiados.
10 - O enfeite
barato do milagroso e o declínio do Inferno: um dos
capítulos mais interessantes do livros, aqui Hitchens fala sobre a construção
do mito de Madre Teresa de Calcutá e mostra a verdadeira face da 'beata'.
11 - "O Selo humilde de sua origem" - o começo corrupto da Religião: fala sobre o quanto as religiões estão preocupadas com as riquezas terrestres.
12 - Um epílogo: como a religião acaba:
13 - A
Religião faz as pessoas comportarem-se melhor?: outro capítulo
muito interessante, que trata sobre o mito de que a religião melhora o caráter
e ações das pessoas.
14 - Não há solução "oriental":
15 - Religião
como um pecado original: sobre a imoralidade
presente nos preceitos originais das religiões.
16 - Seria a
religião abuso de menores: um capítulo que trata sobre esse criem
ediondo que tem sido praticado com o consentimento de líderes e figurões
religiosos e acobertado, em nome de uma falsa imagem de santidade, em
detrimento ao sofrimento e destruição de inúmeras crianças ao redor do globo e
ao longo de centenas de anos.
17 - Uma objeção antecipada: o último argumento contra o secularismo.
18 - Uma tradição melhor: a resistência do racional.
19 -
Conclusão: a necessidade de uma nova iluminação.
Considero uma obra necessária para ateus, agnósticos, céticos e religiosos - por que não? - de mente aberta e que não aceitam as imposições e argumentos falhos da religião em assuntos demasiado importantes para a sociedade. Hitchens não "pega leve" com suas frases bem fundamentadas e não faz questão de ser politicamente correto. E é isso o que torna esse livro tão interessante. Recomendo!
Considero uma obra necessária para ateus, agnósticos, céticos e religiosos - por que não? - de mente aberta e que não aceitam as imposições e argumentos falhos da religião em assuntos demasiado importantes para a sociedade. Hitchens não "pega leve" com suas frases bem fundamentadas e não faz questão de ser politicamente correto. E é isso o que torna esse livro tão interessante. Recomendo!
Nota:
Comentários
Postar um comentário
O seu comentário é muito importante para mim, e gostaria de pedir dois pequenos favores: 1º procure não comentar como anônimo, porque gosto de saber quem são meus leitores e gosto de poder interagir com eles; e 2º respeite a opinião dos outros, porque eu respeito muito a sua.